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Criado em Segunda, 29 Dezembro 2014 20:48
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Escrito por Redação
Marina Oliveira tem seis anos e adora livros. Ainda que goste de ouvir a mesma narrativa várias vezes, como é comum na idade dela, ela aprecia conhecer novas histórias. E quem ajuda a concretizar o desejo da menina é o pai, o escriturário Willy Kran de Oliveira, de 34 anos.
"A gente vai à livraria, eu escolho os livros. Eu gosto daqueles com desenho. Eu tenho minha própria bibliotequinha que fica no meu quartinho", detalhou a menina.
Casado e com três filhos, além de Marina, Oliveira afirma que a entrada do benefício do Vale-Cultura em seu orçamento familiar ajudou muito não só na educação da caçula como também na manutenção do gosto pela literatura e no hábito de ler.
"Faz mais ou menos um ano que recebo o Vale-Cultura. A gente lê bastante em casa, e a menorzinha sempre precisa de novos livros. Tenho investido o dinheiro com ela. Quando não o usamos em livros, vamos ao cinema", conta o escriturário.
Oliveira é um dos 33.204 funcionários do Banco do Brasil que recebe o benefício. Atualmente, o Ministério da Cultura contabiliza 264.025 cartões já nas mãos de trabalhadores de todo o Brasil, que podem usá-lo em 27.419 estabelecimentos.
Até dezembro de 2014, mais de R$ 55 milhões já foram destinados ao benefício, e mais de R$ 46, 7 milhões, gastos. O crédito do cartão é cumulativo, portanto, pode ser empregado em produtos e serviços de preço mais alto.
O Vale-Cultura é benefício de R$ 50,00 mensais, pago pelas empresas a seus funcionários. Elas podem optar por descontar o máximo de 10% (ou R$5,00) do salário dos trabalhadores que quiserem recebê-lo. O desconto varia conforme a faixa salarial (ver tabela).
Faixa Salarial
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Desconto em %
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Desconto em R$
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Até 1 salário mínimo
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2%
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R$ 1,00
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De 1 a 2 salários mínimos
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4%
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R$ 2,00
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De 2 a 3 salários mínimos
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6%
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R$ 3,00
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De 3 a 4 salários mínimos
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8%
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R$ 4,00
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De 4 a 5 salários mínimos
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10%
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R$ 5,00
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O setor livreiro tem sido aquele que mais ganhou com o Vale-Cultura. Até o fim de 2014, ele representava 74% dos gastos com o Vale, o equivalente a mais de R$ 33,5 milhões; seguido por cinema, com 17% (aproximadamente R$ 7, 6 milhões) e lojas de departamento, com 4% ou R$ 1,8 milhão.
O montante depositado no cartão é para uso específico com produtos e serviços ligados à cultura em geral, como ingressos para teatro, cinema, museus, shows, circo, compra de CDs, DVDs, livros, revistas e jornais. O Vale também pode ser utilizado para pagar a mensalidade de cursos de artes e na compra de instrumentos musicais.
Assim como os bancários, outras categorias têm reivindicado o benefício durante seus acordos coletivos. Já fazem parte do rol dos trabalhadores que recebem o Vale os funcionários dos Correios, metalúrgicos e os do setor calçadista.
"A inclusão do Banco do Brasil no Programa de Cultura do Trabalhador possibilita a seus funcionários acessarem e fruírem serviços e produtos culturais, além de estimular a visitação a estabelecimentos culturais e artísticos", avaliou a instituição financeira por meio de sua assessoria de imprensa.
Além de investir na qualidade de vida dos funcionários, as empresas tributadas com base no lucro real tem a contrapartida de poder deduzir até 1% do imposto de renda por aderirem ao Vale-Cultura. Caso a empresa seja regida pelo lucro simples ou presumido, ao aderir, ela não terá o abatimento no imposto de renda.
Há estimativa de o Vale-Cultura beneficiar até 42 milhões de trabalhadores. Desse total, 36 milhões ganham até cinco salários mínimos – o que poderia injetar na cadeia produtiva da cultura R$ 25 bilhões ao ano.
Mais sobre o benefício
Instituído dentro do Programa de Cultura do Trabalhador em 2012 e regulamentado em 2013, o Vale-Cultura foi criado para beneficiar prioritariamente trabalhadores como Oliveira, que recebem até cinco salários mínimos. É um cartão magnético pré-pago, válido em todo território nacional.
Como aderir?
Para aderir, a empresa precisa se inscrever no site do Ministério da Cultura e clicar no botão "Credenciamento" na página www.cultura.gov.br/valecultura, onde será necessário preencher um formulário para obter a certificação do ministério, que dará retorno por meio de mensagem de aprovação do cadastro.
A partir da aprovação, a empresa pode escolher uma entre as 41 operadoras cadastradas que emitirá os cartões de seus funcionários.
Fonte: Agência Brasil
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Criado em Terça, 25 Novembro 2014 10:11
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Escrito por Redação
O curta brasileiro "O caminhão do meu pai", dirigido por Mauricio Osaki e realizado em regime de coprodução internacional com o Vietnã, é um dos dez finalistas da categoria Curta-metragem de Ficção na 87ª edição do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood - o OSCAR.
O filme de Osaki, rodado no Vietnã, com equipe vietnamita e brasileira, coleciona diversos prêmios internacionais. A história acompanha a pequena Mai Vy, no dia em que deixa de ir à escola para acompanhar seu pai, motorista de caminhão, em seu trabalho. É quando a menina descobre, na prática, que nem tudo na vida é dividido entre certo e errado.
"O caminhão do meu pai" disputou com outros 140 curtas qualificados para a seleção. A lista definitiva de concorrentes terá entre três e cinco indicados, e será anunciada no dia 15 de janeiro. A cerimônia de premiação acontecerá no dia 22 de fevereiro.
Assista ao promo do filme:
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Criado em Segunda, 24 Novembro 2014 17:36
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Escrito por Redação
(Foto: Marcello Casal Jr/ABr)
No próximo dia 26, o Brasil inteiro e mais de uma centena de outros países onde se pratica a capoeira poderão ter motivo para festa. É que a manifestação cultural afro-brasileira chamada oficialmente "Roda de Capoeira" deverá receber da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
A capoeira é um dos símbolos do Brasil reconhecidos pelo mundo. A prática cultural afro-brasileira multifacetada e multidimensional que é, ao mesmo tempo, luta, dança, esporte e arte, terá avaliada sua inscrição como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade durante a 9ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda, que acontece de 24 a 28 de novembro, na sede da Unesco, em Paris.
Na delegação que representa o Brasil estão a presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, e a Diretora do Departamento do Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), Célia Corsino, seguras de que, dada a excelente avaliação técnica do dossiê apresentado à Unesco, no dia 26, a Roda de Capoeira se juntará ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano (BA), à Arte Kusiwa- Pintura Corporal (AP), ao Frevo (PE), e ao Círio de Nazaré (PA), já reconhecidos como patrimônio cultural imaterial da humanidade.
Segundo a presidenta do Iphan, a inscrição da roda de Capoeira na lista representativa promoverá o aumento de sua visibilidade desse, mas também de outros bens culturais relacionados aos movimentos de luta contra a opressão, sobretudo aqueles pertencentes às comunidades afrodescendentes. "A roda de capoeira expressa a história de resistência negra no Brasil, durante e após a escravidão. Seu reconhecimento como patrimônio demarca a conscientização sobre o valor da herança cultural africana, que, no passado, foi reprimida e discriminada", conclui Jurema Machado.
Originada no século XVII, em pleno período escravista, desenvolveu-se como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos escravizados, estratégia para lidarem com o controle e a violência. Hoje, é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em todo território nacional, além de praticada em mais de 160 países, em todos os continentes. A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira foram reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro pelo Iphan em 2008, e estão inscritos no Livro de Registro das Formas de Expressão e no Livro de Registro dos Saberes, respectivamente.
A Roda
Profundamente ritualizado, o espaço da Roda reúne cantos e gestos que expressam uma visão de mundo, uma hierarquia, um código de ética, e revelam companheirismo e solidariedade. É na roda de capoeira que se formam e se consagram os grandes mestres, se transmitem e se reiteram práticas e valores tradicionais afro-brasileiros. Forma redes de sociabilidade, gera identidades comuns e laços de cooperação entre seus integrantes. É o lugar de socialização de conhecimentos e práticas; de aprender e aplicar saberes, testar limites e invenções, reverenciar os mais velhos e improvisar novos cantos e movimentos.
Metaforicamente representa a roda do mundo, a roda da vida, onde há lugar para o inesperado, onde ora se ganha ora se perde. A roda também tem a função de difundir os símbolos e valores relacionados à diáspora africana no território brasileiro. Leva a mensagem de resistência sobre o sistema escravagista.
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Criado em Quarta, 12 Novembro 2014 13:44
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Escrito por Lívia Rangel
Fotógrafo brasileiro, radicado em Berlin, Lucas Dantas, 32, registrou com seu smarthphone cenas da cerimônia que comemorou os 25 anos da queda do Muro de Berlin, durante o último final de semana.
As fotos com o olhar apurado do artista mostram o clima nos arredores da capital germânica, nos lugares onde antes fora construído o controverso muro que dividia a Alemanha em duas (oriental e ocidental). Os eventos organizados em torno da data, culminaram com a soltura de 8.000 mil balões iluminados voando pelos ares, além de shows de artistas como Peter Gabriel e queima de fogos.
Balões simularam a barreira física que separava a Alemanha Oriental da Ocidental durante a Guerra Fria, que durou de 1945 a 1991.

A East Side Gallery é uma parte de Berlim em que o muro ainda está de pé e vem sendo grafitado por artistas do mundo todo
O que mais chamou a atenção na homenagem foram os balões iluminados que enfeitavam parte dos 156,4 km do antigo muro.
Turistas e cidadãos alemães se emocionaram ao relembrar do passado recente
O trajeto iluminado com os balões fez os visitantes terem outra visão do local

O muro foi derrubado em 9 de novembro de 1989.
Auto-retrato by Lucas Dantas
*Lucas Dantas é fotógrafo, vídeo maker, documentarista e produtor cultural. Natural de Salvador-BA, atualmente, mora em Berlin, onde desenvolve trabalhos no campo do Cinema e Fotografia Etnográfica. Para conhecer mais sobre o seu trabalho, acesse: http://lucasdantas.46graus.com