De passagem por Londres, onde realizou uma curta temporada de shows, nos dias 25 e 26/11, no Ronnie Scott´s – uma das mais famosas casas de jazz do mundo -, a cantora e compositora carioca Flávia Coelho, considerada uma das promessas brasileiras na Europa, bateu um papo com a Eleven Culture.
Nossa equipe esteve presente na apresentação da última segunda-feira(25) e, logo após, entrevistou a artista, juntamente com os parceiros da revista Jungle Drums. Esta entrevista exclusiva é assinada por Victor Fraga (Jungle Drums) e Lívia Rangel (Eleven Culture).
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A morena de corpo franzino e cabelo estilo “black” encanta a todos logo no primeiro sorriso. No repertório do show, o power trio de violão, teclado e bateria, que a acompanha na tour, faz um dançante passeio por ritmos quentes como samba, reggae, ragga e ska com toques de bossa. Destaque para a forte presença de palco de Flávia, que além de tocar percussão, dançar e interagir o tempo todo com o público, conseguiu colocar os ingleses para sambar!
Morando na França desde 2006, Coelho está na estrada há dois anos, levando sua arte para diversas cidades europeias, lançando seu primeiro disco, Bossa Muffin, finalizado em 2011.
Confira o papo com Flávia Coelho e conheça um pouco mais sobre a brasileira que está encantando os europeus:
Lívia Rangel – Conta um pouco da sua história e dessa experiência de sair da periferia do Rio de Janeiro para tocar nos palcos de Paris e da Europa…
“É simples eu já cantava no Brasil há anos, comecei aos 14 anos e cedo viajei com vários grupos…diferentes estilos e sons na minha cabeça. Chega uma hora em que a gente quer mudar: de vida, de país, de influência… Eu tinha um objetivo pessoal e musical, então peguei a mochila e vim pra Europa. O trabalho e a música fizeram o resto!”
LR – Em seu álbum de estreia, Bossa Muffin (2011), ritmos como ragga, ska e a linguagem do hip hop dão o tom nas canções autorais cantadas em Português. Houve uma preparação especial para os shows no Ronnie Scott´s?
“O disco foi lançado na França e tive muita sorte! As críticas foram positivas desde o começo. Com meu grupo, estamos na estrada há dois anos, com 200 concertos, em vários países na mala. O convite para o concerto no Ronnie foi perfeito! É o que chamamos de “Grand Finale” da tourné.“
LR – Num momento em que boa parte da MPB vem ressaltando “os amores e desamores”, as letras de suas músicas trazem a realidade da periferia, expõe o sistema carcerário brasileiro, a falta de assistência básica para a população, entre outros temas sociais. Foi intencional a escolha desses temas? Você se considera uma artista engajada?
“Eu? Engajada? Quem me dera…. O que digo nas minhas letras é o que sinto e o que vejo, como sinto e como vejo. É verdade que cresci em vários tipos de bairros e favelas diferentes e que causas sociais estão presentes nas minhas letras, mas não é intencional. Quando sai, sai… A música para mim é assim. E cantar “amor e desamor”… Eu adoro! Eu sou brasileira esqueceu?”
Victor Fraga – Você é carioca filha de nordestinos. Dá pra ser carioca e nordestina ao mesmo tempo?
“No Brasil tudo é possível!”
VF – Você fez shows na França e no Reino Unido. Como foi a receptividade em diferentes partes da Europa?
“Maravilhosa! Volto a falar do que é mais importante pra mim nesse projeto: a música. Quando damos prioridade a esse fator, a galera gosta!”
LR – E no Brasil? Tem planos de turnê por lá?
“Estou esperando o convite. Planos? Lógico, é um dos meus sonhos um “tour” no Brasil com meus camaradas. (Estar) próxima da família seria 10!”
VF – É verdade que você é neta da Elza Soares?
“Sorry? (risos) Adoraria!! Mas não temos o mesmo DNA. Seria massa se fosse verdade…
LR – Quem quiser adquirir o disco físico ou digital do Bossa Muffin e acompanhar a Flávia Coelho como faz?
“Harmonia Mundi Uk, minha gravadora na Inglaterra”. (http://www.harmoniamundi.com/)
Veja o clipe de ‘Parano’:
Assista ao clipe de ‘Sunshine’: