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    13/11/2014 Livia Rangel

    “Quero resgatar o rock brasileiro”. Michelle Abu fala sobre a chegada do seu trabalho solo

    Em novo álbum, instrumentista Michelle Abu assume lado de cantora e compositora (Foto: Fánio Abu) 

    Como dito aqui anteriormente, a multi-instrumentista, cantora e compositora Michelle Abu, baiana, radicada há anos em São Paulo, está com novidade na praça, comemorando mais de 20 anos de carreira.

    A moça – de pegada forte nas baquetas – lançou recentemente seu primeiro álbum solo, #1, depois de integrar diversas bandas autorais na Bahia e em São Paulo. Abu também vem emprestando seu talento para grandes nomes do rock nacional como Ira!, Lobão e Erasmo Carlos, e da MPB como o projeto Palavra Cantada e Baby do Brasil, só para citar alguns.

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    Nessa entrevista concedida à Eleven, Michelle fala sobre sua trajetória musical e seus planos com a chegada do novo projeto, agora em voo solo. Confira!

    ENTREVISTA COM MICHELLE ABU: 

    Lívia Rangel: Conta um pouco como está sua vida agora e sobre o lançamento do seu primeiro disco em carreira solo.

    Michelle Abu: Estou em tour com o Palavra Cantada, Maria Alcina e trabalho no projeto do Les Provocateurs, sobre Serge Gainsbourg. Estou muito feliz! Depois de 20 anos de carreira… estar lançando esse CD, onde gravei bateria, guitarras bases, percussões, além da voz.

    Lívia: Já estreou esse novo show solo nos palcos? Tem turnê em vista dentro ou fora do país?

    Michelle: Ainda não estreei…a ideia é fazer uma tour Brasil. E, sim, conseguindo alguma estrutura (pretendo) ir pra fora (do país) também.

    Lívia: #1 tem a participação de um monte de gente bacana, Arnaldo Antunes, Edgar Scandurra e alguns parceiros conterrâneos. Fala um pouco sobre esses encontros.

    Michelle: Esse disco veio através do Proac, que é uma lei de incentivo que rola aqui em Sampa. Chamei o Cássio (Calazans) pra produzir, pois como ele mora aqui em sampa e é de Salvador também, iria entender a linguagem do som… As parcerias com (o cantor) Tito Bahiense, Arnaldo (Antunes), Kleber Albuquerque Mc, Edgar scandurra, Tio Fresh, vieram de tocar com essas pessoas e criar uma relação de amizade também…Daí surgiu a ideia de convidá-los.

    Resolvi gravar o primeiro solo, assumindo meu lado instrumentista e gravando todas as bateras, percussas e guitar bases”

    Lívia: Suas composições refletem muito do seu universo particular… Há quanto tempo vem escrevendo essas músicas? Era um desejo antigo fazer um álbum solo?

    Michelle: Sempre tive banda… A primeira foi a DendêCunJah lá em Salvador… Cheguei em Sampa com banda e ela acabou. Percebi que precisava assumir os vocais para conseguir levar um trabalho adiante, independente de quem esteja. Em 2009, gravei um CD já como compositora e guitarrista, com uma banda chamada Reféns que também acabou! Esse disco do Reféns foi inscrito no projeto e passou. Daí em diante resolvi gravar o primeiro solo, assumindo meu lado instrumentista e gravando todas as bateras, percussas e guitar bases.

    Lívia: Você faz parte de uma geração baiana que viveu a eferverscência do rock numa das suas escolas mais radicais, nos anos 90. O que te agrada ou desagrada no novo rock brasileiro? Tem salvação? (risos)

    Michelle: Engraçado e trágico ao mesmo tempo é que se você se intitula “rock” no Brasil, vira sinônimo de música para adolescente… As pessoas começaram a não levar o rock nacional a sério. Sempre gostei muito do rock Nacional (Paralamas, Lobão, Barão vermelho, Legião Urbana, Raulzito, Titãs, Camisa de Vênus), porque tem uma sonoridade diferente e ritmicamente também é muito rico!

    “O rock nacional começou a querer copiar os timbres,
    riffs e ideias dos gringos e se perdeu dentro disso…”

    Salvador nem se fala! Como nunca teve rádio, nem investidor nesse seguimento, bandas muito originais sempre existiram! Gosto das bandas gringas mais a minha ideia com esse trabalho é resgatar o rock brasileiro! Com percussão, guitarras rítmicas e bateria conceitual.

    Senti que o rock nacional começou a querer copiar os timbres, riffs e ideias dos gringos e se perdeu dentro disso… Se tem salvação?? Lógico!! Acredito que ele retornará mais vivo do que nunca! Tem uma música do meu disco que escrevi junto com Tito Bahiense que fala do rock, chama ‘Ponto final’.

    Ouça abaixo a faixa ‘Ponto Final’:

    Lívia: Pra terminar… Quem serão os músicos da sua banda do projeto solo? Tem alguma previsão para o lançamento nos palcos?

    Michelle: Na bateria, Thiago Gomes, no baixo, Beto Vasconcelos, na guitarra, Marcelo Sanches, no teclado, Felipe Faraco, e eu, na guitarra, percussão e vocal. Ainda não (tem data de estreia) mas com certeza, breve!!

    Assista ao clipe da faixa ‘Futuro para quem’ da banda Reféns:

     

     

    Livia Rangel

    Filha da Bahia, radicada em Berlim. Jornalista, empreendedora, editora-fundadora da ElevenCulture.com e diretora da Agência Lira. Bacharel em Jornalismo, mestre em Comunicação Corporativa (Unifacs) e especialista em Marketing Digital (Udacity). livia@agencialira.com

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