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Brasileiros selecionados pelo Programa Conexão Cultura Brasil #negócios que participaram da WOMEX 2014 (Foto: Yves Carneiro Finzetto) |
Cerca de três mil pessoas circularam durante os cinco dias na maior feira de música do mundo, a Womex. A edição de 2014, que comemora os 20 anos do evento, realizada em Santiago de Compostela, na Espanha, foi, segundo a organização, a mais concorrida dos últimos cinco anos.
Diversos brasileiros estiveram presentes, 20 deles selecionados pelo Programa Conexão Cultura Brasil #negócios, edital que tem como objetivo oferecer oportunidades aos empreendedores da cultura de abrir novos mercados para seus bens e serviços criativos.
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Os selecionados receberam ajuda de custo para participar dos espaços de negócios da Womex. “De todas as feiras que já fui, acredito que essa é a que estou saindo com coisas mais concretas. Tive resultados de projetos futuros em parceria com o mercado internacional”, disse o responsável pelo selo Assustado Discos, de Pernambuco, Rafael Cortes Siqueira, que trabalha com artistas como DJ Dolores, Mundo Livre S/A, Autoramas, B Negão, dentre outros.
Neste ano, a feira contou com a presença de 1.470 empresas de 90 países, um índice 16,66% maior que o da edição anterior. “A Womex é frenética. Seria ótimo se houvesse mais dias. Não conseguimos fazer todos os contatos que gostaríamos, mas conseguimos fazer muitas articulações”, relata a representante do Festival de Música Contemporânea e Culinária Tradicional Mineira, Laylah Gouvêa Aburachid.
Para além dos negócios gerados, a feira é um espaço de intercâmbio de conhecimento e renovação de informações e tendências sobre o setor. “É uma oportunidade de encontrar as pessoas que realmente trabalham com o mercado da World Music. Aqui conhecemos como pessoas de outros países estão trabalhando, as diferentes formas de financiamento e de produção cultural”, afirma o produtor do Coletivo Panorama do Choro e de outros artistas, Yves Carneiro Finzetto.
A feira profissional da Womex 2014 teve 22 conferências e 17 reuniões de networking. A empreendedora Myriam Taubkin falou da “importância de vir com ouvido aberto e atento, para além do roteiro das conferências”. A produtora dos documentários “O Brasil da Sanfona” e “Violeiros do Brasil” destacou “a maravilhosa mostra audiovisual” em que participou durante o evento.
Com 668 exibidores, de 47 países, e um recorde de 280 estandes, é quase impossível articular com todos presentes. O produtor do GOG e Sr. Gallo, entre outros artistas, Elton Aparecido de Oliveira, conta que sua “tática foi de participar das conferências e, quando elas terminavam, fazer contatos e trocar cartões, explicando o trabalho desenvolvido no Brasil”.
Laylah Gouvêa Aburachid dá outra dica e avisa: “As pessoas que não conseguem fechar negócios é porque não dão continuidade ao contato”. Segundo ela, que já está em sua quinta edição da feira, “não adianta nada vir e não manter a relação que estabeleceu. Você faz 100 contatos e tem que dar retorno. Quando faço minhas reuniões, tomo o cuidado de anotar algo pessoal para responder no e-mail. Aí a pessoa que recebe sabe que você se lembrou dela”.
Conexão Cultura Brasil #negócios na Womex 2014
O edital Conexão Cultura Brasil #negócios selecionou empreendedores para três eventos internacionais estratégicos: o World Music Expo – WOMEX 2014, o Festival Santiago a Mil 2015 e a Feira Internacional de Arte Contemporânea – Arco Madrid 2015.
Para o Womex 2014, a Secretaria da Economia Criativa recebeu 143 propostas, das quais 20 foram selecionadas. Lailah Gouvêa Aburachid ressalta que “a iniciativa é louvável. É um investimento pequeno se pensarmos no desdobramento que ele pode proporcionar para os artistas brasileiros”.
A feira é uma grande oportunidade de networking para os empreendedores do setor musical, já que reúne empresas e formadores de opinião do mundo inteiro que buscam novidades e oportunidades de negócios. Elton Aparecido de Oliveira conta que foi sua primeira vez na Womex e na Europa e avalia como positiva a presença da delegação brasileira na feira. “Fiquei impressionado com o quanto as pessoas dão importância para nossa cultura. Existe um interesse muito grande pelo Brasil”, disse.
Todos os anos, participam representantes de festivais, de distribuidoras e de plataformas inovadoras no mercado da música, além de casas de shows, centros culturais, editoras, agentes, selos e imprensa internacional. “Essa iniciativa de promover a vinda desses empreendedores é, sem dúvida, importante para o desenvolvimento do mercado brasileiro da música, e o fortalecimento de nossa rede nacional”, afirma Rafael Cortes Siqueira, que comemora oportunidades importantes para seu selo.
A seleção desses empreendedores teve como objetivo possibilitar que brasileiros fizessem negócios e exportassem a música brasileira para os mais variados destinos. A delegação representou artistas como Panorama do Choro, Carlos Malta e Pife Muderno, Mariene de Castro, BNegão, DJ Dolores, Mundo Livre S/A, o rapper brasiliense GOG, Anelis Assumpção, a Orkestra Rumpilezz, Autoramas, Maíra Freitas, Virgínia Rodrigues, Wilson das Neves, Orquestra Imperial, Nicolas Krassik, Marcos Sacramento, Grupo Bixiga 70, João Bosco e Vanessa Da Mata.
Além dos vinte empreendedores selecionados pelo MinC, a comitiva brasileira contou com a presença de empresas participantes do projeto Brasil Music Exchange (parceria entre a Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos e o BM&A – Brasil Música e Artes). Além desses, empresários fluminenses estiveram presentes por meio da missão internacional liderada pelo Sebrae/RJ.
Fonte: Portal do Ministério da Cultura