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    15/05/2014 Livia Rangel

    Cinema nacional: conheça a animação “Paleolito” e a comédia “Primeiro Dia de Um Ano Qualquer”

    Pós-exibição do filme vencedor do VI Brazilian Film Festival of London (BRAFF) ‘Revelando Sebastião Salgado’, de Betse de Paula, seguiu-se, na segunda sessão de domingo, o curta-metragem de animação ‘Paleolito’, de Ismael Lito e Gabriel Calegario.

    ‘Paleolito’ curta bem humorado e infantil, narra as aventuras de um homem das cavernas e sua busca diária por comida, representando os avanços das animações e toy arts brasileiras. O curta abriu para a comédia de costumes carioca ‘Primeiro Dia de Um Ano Qualquer’, de Domingos Oliveira.

    Veja o trailer de ‘Paleolito’:

    Comédia nacional
    Domingos de Oliveira constrói seus roteiros numa inspiração denunciada por ele mesmo em Woody Allen? ‘Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma’ já dizia o químico e biólogo francês Lavoisier em evolução do pensamento do Grego Aristóteles. Se a fórmula das comédias inteligentes, discursivas e cheias de personagens excêntricos, histéricos e deveras reais de Woody Allen funciona, porque não adaptá-la para outros universos?

    É com essa propriedade que Domingos se apossa da fórmula e faz a audiência ferver em contentamento com a inteligência de seu texto e, no caso desse ‘Primeiro Dia de Um Ano Qualquer’, cair em gargalhadas. O texto é dinâmico, as personagens são verossímeis e as situações que podem soar muitas vezes absurdas vão lembrar momentos de nossas próprias vidas e nos fazer conectar imediatamente com o contexto da história, que é muito simples: no amanhecer do primeiro dia de um ano qualquer após o Rèveillon, uma família e seus amigos hospedados numa luxuosa casa de campo vivem cada um deles momentos de crise que se esclarecerão até o fim de tarde do mesmo dia.

    Assista ao trailer:

    Essa simples sinopse é suficiente para dar vazão à criatividade do texto de Oliveira, um dos maiores diretores de cinema brasileiro com discurso cinematográfico pertinente, em atividade incessante nos últimos anos, no aude dos seus 77 anos. ‘Já chegou a rodar dois filmes por ano…’, confessou Renata Paschoal, produtora do cineasta nos últimos dez anos que esteve presente na sessão, ‘…e é tão inquieto e ativo que resolveu filmar esse filme durante um recesso de Carnaval’.

    No elenco, figuram uma diversidade de atores e atrizes de diferente backgrounds, todos ótimos; um grande nome da TV, Maitê Proença; outros fortes do teatro como Alexandre Nero; a sua própria esposa e fiel escudeira, Priscilla Rozenbaum; a queridinha dos webshows do ‘Porta dos Fundos’, Clarice Falcão; e o cantor Ney Matogrosso, que, numa cena de no máximo 10 minutos do filme, vale toda a experiência; e o próprio Domingos Oliveira, no papel de um cineasta.

    Num cenário único, a bela casa de campo é explorada em todas as suas nuances em criativos planos de câmera, no desenvolvimento da esquizofrenia individual e coletiva das personagens nas suas buscas pelo sentido da vida. Parafraseando um diálogo do filme ‘Happy end não é para esse filme’, mas em happy end sai a audiência satisfeita.

    Livia Rangel

    Filha da Bahia, radicada em Berlim. Jornalista, empreendedora, editora-fundadora da ElevenCulture.com e diretora da Agência Lira. Bacharel em Jornalismo, mestre em Comunicação Corporativa (Unifacs) e especialista em Marketing Digital (Udacity). livia@agencialira.com

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