O pagodão baiano vai de encontro ao ghettotech, global bass e ao discurso político e social de Monkey Jhayam da capital paulista. Quem faz a cama sonora para o os versos conscientes do símio são o DJ B8 e o grupo baiano Afrocidade, da cidade de Camaçari.
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A letra denuncia a onda de informações falsas que se espalham facilmente através de mensagens via celular, manipulação de dados e todo o fluxo de rede coletado por empresas mal intencionadas que visam controlar a massa. Massa essa, que inclui todos os cidadãos. “Tô no meio do moio também”, cantam Monkey Jhayam e MC DO, vocalista do combo baiano Afrocidade.
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A denúncia desse time é festiva. O som é a trilha sonora perfeita para um Carnaval político ou uma roda de pogo afropunk. De acordo com os artistas, a faixa retrata o atual momento do Brasil: desde o discurso fascista do poder executivo, passando pela destruição do meio ambiente até o genocídio nas quebradas e o descaso com a saúde e com a ciência.
“Em meio ao atual cenário apocalíptico do Brasil, a música 2020 Volts foi se desenvolvendo aos poucos e a cada confirmação do texto com algum acontecimento da vida real, fomos entendendo que a música tinha que ter um nome pra expressar esse momento da história. Surgiu então o nome “2020 Volts” para marcar o que foi esse ano, que marca tanto o fim como o início de uma nova década”, afirma Monkey Jhayam.
O cantor, compositor e MC se lembra da primeira conexão com os baianos do Afrocidade, em 2016. “Eles postaram um vídeo de um ensaio tocando uma versão em pagodão baiano de uma música minha chamada ‘Homem da Babilônia’. Fiquei de cara na energia”, elogia.