Gênero que representa um terço da produção nacional anual lançada em cinema, o documentário, tem essa força por ser de baixo orçamento se comparados aos filmes de ficção e em outra instância por ser um produto visual perfeito para preencher tempo em canais de tv abertos ou pagos. Substituem de certa maneira a produção dos ‘factuais’, documentários de até uma hora produzidos exclusivamente para tv, bastante popular na Europa e Estados Unidos. Entretanto o gênero produziu momentos importantes do cinema brasileiro e tem por maior ícone Eduardo Coutinho que faleceu neste ano de 2014.
Documentários invadem a programação no 2º dia do Festival de Cinema Brasileiro em Londres
Doc de Cacá Diegues sobre a passagem do Papa Francisco no Brasil foi o destaque do dia
Segundo dia do Festival de Cinema Brasileiro de Londres e os dois filmes escolhidos para continuar a programação são dois documentários, “Rio de Fé, Um Encontro com o Papa Francisco”, de Cacá Diegues e na seqüência “Cidade de Deus, 10 anos depois” de Cavi Borges e Luciano Vidigal.
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RIO DE FÉ, UM ENCONTRO COM PAPA FRANCISCO, de Cacá Diegues
Antes do primeiro longa, entra em cena o curta metragem “Lembranças de Maura”, de Bruna Lessa, um conto sobre uma criança que entra em contato com a realidade da sua avó debilitada por uma doença degenerativa. Uma produção cara para um curta metragem com criativos cortes e movimentos de câmera. Doce e infantil é mais um filme sobre um tema bastante abordado nos últimos tempos, a vida dos avós.
“Rio de Fé, Um Encontro com o Papa Francisco”, de Cacá Diegues, é o segundo filme da obra do cineasta em cartaz neste mesmo Festival, Orfeu é o outro, mas de ficção. O filme apresenta a visita do chefe de estado do Vaticano logo após ser eleito Papa para a Jornada Mundial da Juventude de 2013 que reuniu 3,7 milhões de pessoas de todo o mundo no Rio de Janeiro.
O documentário serve ao ponto de vista do diretor sobre o evento. As imagens se concentram nas multidões de pessoas que chegam ao Rio de Janeiro e suas jornadas individuais. Estrangeiros e brasileiros dividem suas sagas na fé e refletem nas entrevistas as razões de sua crença em Deus e na Igreja Católica. O discurso prevalece nos ritos do amor ao próximo e na ação da igreja de estabelecer um vinculo mais forte com seus jovens discípulos. Apresenta as religiões como forma eficiente de salvação de drogados e criminosos da vida marginal, mas também
a injustiça, até o momento, da não aceitação de homossexuais.
Não prima pelo rigor estético das imagens, mas pela força do discurso e com certeza, mesmo que simples, encontrará sua audiência que como mostrado no próprio filme tem o poder de movimentar multidões.