Brass band carioca está lançando, nesta sexta-feira (26), o single ‘Pernas Voadoras’ com uma série de vídeos produzidos por alunos de oficina EAD, desenvolvida pela banda, e desabafa na entrevista para falar do momento atual do Brasil.
A Orquestra Voadora orrrrgulhosamente apresenta… um lançamento especial, com produção audiovisual colaborativa de alunas, alunos e professores das Oficinas EaD da banda, repleta de criatividade, dividida em 8 episódios, baseados na música ‘Pernas Voadoras’. O single sai pelo selo LONA Musik (Berlin), em parceria com a Orquestra Voadora, e está sendo lançado nas plataformas de streaming, nesta sexta-feira (26). A minissérie também já está disponível, no canal do YouTube do grupo. A Arte da Capa é uma criação do designer e tatuador Rodrigo Tas.
‘Pernas Voadoras’
A faixa instrumental é influenciada por um dos estilos musicais mais populares do início do século XX, o Jazz-Swing, e convida o ouvinte/telespectador a uma viagem no tempo a um Rio de Janeiro moderno e cosmopolita, há cerca de um século atrás. A música inédita ganha 8 versões diferentes de Videoclipes que simulam as sessões de cinema mudo.
Minissérie de 8 vídeos
Resgatada do acervo de composições do saxofonista André Ramos e pensada inicialmente como proposta de atividade das Oficinas feitas pela banda, e a música ganhou corpo com a participação de alunas e alunos, tanto na gravação da faixa quanto na produção de vídeos super criativos inspirados na estética ocidental dos anos 1930/40, buscando abranger toda uma gama de personagens característicos que nos fazem viajar no tempo e revisitar costumes, sonoridades e paisagens da cidade maravilhosa, em tempos antigos.
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Para falar sobre essa novidade e saber como estão os músicos do grupo carioca, em meio aos desafios da pandemia de COVID-19, a Eleven conversou com André Ramos, autor de ‘Pernas Voadoras’ e um dos idealizadores da atividade audiovisual com as turmas da Oficina online.
Confira!
ENTREVISTA – ORQUESTRA VOADORA:
Lívia Rangel – A música e os vídeos de ‘Pernas Voadoras’ ganharam corpo com a participação de alunas e alunos de uma oficina EAD. Poderia falar mais sobre a experiência dessa produção colaborativa? Como e quando se deu?
André Ramos – A experiência de produzir essa faixa e os vídeos com os integrantes do nosso bloco foi maravilhosa. Tudo aconteceu relativamente rápido, entre o final de 2020 e o começo de 2021. É a primeira vez que lançamos uma música oficialmente com a participação dos alunos da oficina. Combinar os recursos da gravação caseira e remota, com a participação de tantos instrumentistas diferentes, trouxe realmente algo novo para a nossa sonoridade.
Lívia Rangel – O single ‘Pernas Voadoras’ vai integrar um álbum novo da banda?
André Ramos – Recentemente, temos nos focado no lançamento de singles. Encontramos nesse formato uma maneira diferente de trabalhar as músicas. Pernas Voadoras, por exemplo, proporcionou a oportunidade de fazermos oito videoclipes, o que seria muito difícil durante o lançamento de um álbum. Esse já é o terceiro single que lançamos, e vemos nesse caminho algo bastante promissor. Em algum momento, visamos reunir os singles em um álbum, mas no momento este é um plano mais para o longo prazo.
Lívia Rangel – Diante do desafio do isolamento social, como estão as atividades do grupo durante a pandemia de COVID?
André Ramos – Tem sido um desafio muito grande inventar novas maneiras de experimentar a sensação de comunhão e alegria que marcam o nosso trabalho. Como não sabemos quanto tempo essa pandemia vai durar, a adaptação a essa conjuntura é fundamental. Não podemos simplesmente esperar essa situação se resolver, ainda mais porque nunca foi tão necessário fazer nossa arte. No carnaval, por exemplo, fizemos uma live com um formato completamente novo para todos nós. É claro que sentimos muita falta do contato presencial, e que ele é a essência da Orquestra Voadora. Mas estamos conseguindo nos manter próximos ao nosso bloco e nosso público, e essa é uma vitória muito importante.
Tem sido um desafio muito grande inventar novas maneiras de experimentar a sensação de comunhão e alegria que marcam o nosso trabalho. Como não sabemos quanto tempo essa pandemia vai durar, a adaptação a essa conjuntura é fundamental. (…) nunca foi tão necessário fazer nossa arte.
Lívia Rangel – Quais os planos da Orquestra Voadora para o pós-pandemia?
André Ramos – Sinceramente, nossos planos são chegar a esse período pós-pandemia. Com um governo tão incompetente em adotar medidas que deem à população uma luz no fim do túnel, fica realmente difícil se planejar de forma concreta a mais longo prazo. O que sabemos é que quando isso tudo acabar, vamos gerar muita aglomeração, em uma festa de proporções estratosféricas. Até lá, vamos seguir produzindo e nos reinventando.
Com um governo tão incompetente em adotar medidas que deem à população uma luz no fim do túnel, fica realmente difícil se planejar de forma concreta a mais longo prazo. O que sabemos é que quando isso tudo acabar, vamos gerar muita aglomeração, em uma festa de proporções estratosféricas.
Sobre o grupo
Para quem ainda não conhece a Orquestra Voadora, a brass band carioca possui 12 anos de estrada e traz na percussão e nos metais a sua sonoridade característica. O grupo embarca composições próprias e grandes clássicos da música mundial numa viagem que mistura samba, rock, pop, funk, maracatu e afrobeat como propulsão para seus voos, já tendo passado pelas maiores capitais do país e da Europa.
Para conferir todos os vídeos da web série de “Pernas Voadoras”, acesse o canal do YouTube.