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    10/05/2014 Livia Rangel

    José Wilker e Vinícius recebem homenagens na estreia do Festival de Cinema Brasileiro de Londres

    ORFEU, de Cacá Diegues, estreou a mostra de filmes, com homenagem a Vinícius de Moraes

    O VI Festival Brasileiro de Cinema de Londres estreou nessa sexta feira, 09 de maio, com a primeira homenagem a Vinicius de Moraes com a exibição do filme “Orfeu” de Cacá Diegues (foto em preto e branco abaixo). Pertinente homenagem ao poetinha que esta completando 100 anos de história. 

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                 Confira programação completa do Brazilian Film Festival of London

    A homenagem não estará presente apenas na escolha dos filmes relacionados a Vinicius de Moraes – como o outro longa, ‘Vinicius, o filme’, em cartaz no domingo, 11 de Maio as 16h -, mas também com um curta metragem/vinheta que antecede a exibição do filmes chamado “Autorretrato”, baseado no poema que Vinicius fez, de improviso sobre si, em 1956. O Festival é também dedicado a memória do recém falecido ator e ícone do cinema brasileiro José Wilker (antes das sessões também aparece uma mensagem na tela preta dedicada a Wilker).

    A escolha de “Orfeu” para homenagear Vinícius e anteceder a programação competitiva (oito filmes concorrem por melhor filme em votação da audiência) é bastante feliz por dar a oportunidade de apresentar o filme de Diegues ao público inglês, dentro de um festival que tem por predominância filmes recém lançados, ou por lançar. Não encontrei registros de exibição desse filme na Inglaterra anteriormente

    O que estabelece também a importância da distribuição de obras cinematográficas brasileiras não atuais que sofreram por falta de distribuição internacional na época de seus lançamentos em decorrência da ausência de um circuito/ festival que oferecesse o espaço para exibição e divulgação.

    Além disso a exibição no estrangeiro do “Orfeu” de Diegues revitaliza um argumento pertinente escrito por Caetano Veloso num artigo intitulado ‘Don’t look black? O Brasil entre dois mitos: Orfeu e a democracia social’. No texto, além de desenvolver sobre questões raciais, Caetano Veloso discorre observações de como foi a aceitação da audiência brasileira e estrangeira das duas adaptações cinematográficas da peça Orfeu da Conceição de Vinicius de Moraes, que transpõe o mito de Orfeu para as favelas do Rio de Janeiro – o Orfeu de Cacá Diegues e o Orfeu Negro de Marcel Camus.

    O Orfeu Negro de Camus foi uma produção francesa de 1959 reverenciada pelo mundo (Palma de Ouro em Cannes e Oscar de Melhor Filme Estrangeiro), mas que sofreu certa rejeição no Brasil, inclusive do próprio Vinicius que acusou a produção de ‘desfigurar’ seu texto. Já o Orfeu de Diegues, adaptado para uma favela na virada do milênio, foi um sucesso de audiência no território brasileiro mas não teve forte distribuição internacional. Fez se então justiça na estréia da programação do festival com a oportunidade de (re)apresentar o Orfeu de Diegues, a versão mais popular no Brasil, mesmo que tendo por principal mote a homenagem a Vinicius, mantendo viva a sua obra e suas repercussões e pertinência a cultura brasileira.

    Veja os traileres das duas adapações do Orfeu de Vinícius para o cinema:


    “Orfeu Negro”

    Livia Rangel

    Filha da Bahia, radicada em Berlim. Jornalista, empreendedora, editora-fundadora da ElevenCulture.com e diretora da Agência Lira. Bacharel em Jornalismo, mestre em Comunicação Corporativa (Unifacs) e especialista em Marketing Digital (Udacity). livia@agencialira.com

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